O sulfato de amónio não é apenas um fertilizante utilizado na agricultura.
É um componente industrial, também utilizado como floculante, uma substância que induz a floculação, ou seja, a combinação ou agregação de partículas sólidas suspensas.
O processo de floculação consiste na desestabilização das partículas coloidais através da adição do floculante.
Além disso, tem as seguintes aplicações industriais:
- Purificador de soluções ácidas.
- Potenciador do glifosato.
- Retardador de chama.
- Aditivo alimentar.
- Purificação de proteínas através de precipitação fracionada.
O QUE É O SULFATO DE AMÓNIO?
O sulfato de amónio constitui um sal formado através da reação entre o amoníaco e o ácido sulfúrico. Comercialmente, pode ser encontrado sob a forma de cristais ou de grânulos de cor branca a bege.
O seu conteúdo é o seguinte:
- 21% de azoto
- 60% de enxofre
É a fonte mais acessível de azoto de baixa concentração, tem uma utilização muito generalizada na agricultura e é também um componente relevante na produção de fórmulas equilibradas de fertilização.
É amplamente aplicado no solo de forma direta como mono produto
É uma excelente fonte de fertilização
em culturas que extraem grandes quantidades de enxofre do solo,
tais como as culturas forrageiras, os produtos hortícolas (crucíferas, cebola e alho), os cereais (trigo e cevada) e as gramíneas (milho, sorgo e cana de açúcar), entre outras.
Contém principalmente amónio (NH)
4+e Sulfato (SO)
4-2), É um produto de pH ácido, recomendado para aplicação em solos calcários e alcalinos devido ao seu forte efeito acidificante.
A sua utilidade como fertilizante deve-se a que a necessidade de enxofre está estreitamente relacionada com a quantidade de azoto disponível para a planta, pelo que o sulfato de amónio proporciona um fornecimento equilibrado de ambos os nutrientes.
Na agricultura convencional, continua a ser utilizado massivamente, sobretudo em culturas menos rentáveis e como fonte importante de azoto acompanhado de enxofre, um precursor na sua assimilação.
Assim, não é um adubo ecológico, uma vez que o seu processo é obtido por transformações de síntese e, consequentemente, não está incluído na legislação europeia em matéria de agricultura biológica.
No campo, é conhecido como um bom adubo utilizado tanto em culturas extensivas como intensivas com dupla ação, uma vez que proporciona dois macronutrientes que se somam ao seu teor de enxofre, o que favorece as condições físicas e químicas dos solos das culturas.
Otimizando a dose e a aplicação no solo das culturas, o sulfato de amónio é uma fonte muito boa de fornecimento deste elemento, sendo fácil de misturar e utilizar.
A forma de amónio é normalmente assimilada rapidamente pelas culturas, ainda que em grandes quantidades se possa tornar fitotóxica para a planta.
De facto, na hidroponia a sua utilização é limitada a um máximo de 15-20% da percentagem total do azoto, sendo os restantes 80-85% azoto nítrico.
O enxofre inorgânico do solo é absorvido pelas plantas principalmente como anião sulfato e, devido à sua carga negativa, não é atraído pelas argilas do solo e coloides inorgânicos;
O enxofre é mantido na solução do solo, movendo-se com o fluxo da água, sendo por isso fácil de lixiviar.
. Em alguns solos, esta lixiviação acumula enxofre no subsolo, o qual pode ser utilizado por culturas de raízes profundas.
O risco de lixiviação do mesmo é mais elevado nos solos arenosos do que nos solos de textura franca ou argilosa.
Os solos com baixo teor de matéria orgânica (<2%) apresentam habitualmente deficiências de enxofre; cada unidade percentual de matéria orgânica liberta aproximadamente 6 kg deste por ha por ano.
Nas plantas, o azoto e o enxofre têm uma relação muito estreita no papel nutricional destas.
Tal deve-se ao facto de ambos os nutrientes serem constituintes das 5 proteínas (aminoácidos) e estarem associados à formação da clorofila (envolvida no processo de fotossíntese).
PROCESSO DE OBTENÇÃO
A obtenção do sulfato de amónio como produto industrial constitui a transformação do amoníaco gasoso (NH3), misturado com vapor de água para criar saturação, e a incorporação de ácido sulfúrico.
Esta reação, realizada de forma controlada, transforma-se na mistura de enxofre (SO4) e amónio (NH4), que, por ser atacado com um ácido, incorpora mais um hidrogénio (H) na fórmula.
PROPRIEDADES QUÍMICAS
Todo o azoto deste fertilizante é apresentado sob forma amoniacal.
Ainda que seja altamente assimilável pela planta, é preferível que esta o absorva de forma nítrica.
O seu comportamento no solo é bom, pois por ter carga positiva é fixado no complexo argilo-húmico e não lixivia tanto em campos profundos (como acontece sob a forma nítrica).
A presença de microrganismos nitrificantes (nitrobactérias e nitrossomonas, entre outros) facilita a sua transformação em nítrico.
Como é de reação ácida, é utilizado para acidificar solos com pH alcalino e elevada presença de cálcio e magnésio não solúveis.
Além disso, o enxofre incorporado no fertilizante melhora a disponibilidade do azoto e atua de forma sinérgica na sua assimilação.
TIPOS DE SULFATO DE AMÓNIO
- Sulfato de amónio em pó: a sua apresentação é na forma sólida, mas em pó, facilmente solúvel.
É amplamente utilizado e é adequado para preparar soluções líquidas para fertirrigação.
Por ser altamente solúvel, este fertilizante deve sempre ser aplicado como coberturaou seja, quando as culturas já estão plantadas. - Sulfato de amónio líquido: possui uma alta solubilidade, mas inferior a outros fertilizantes, como o nitrato de amónio.
Em determinados casos, o agricultor prefere trabalhar com fórmulas líquidas de sulfato de amónio já solubilizadas.
Uma fórmula concentrada corresponde à diluição de até 40% do fertilizante, obtendo uma concentração de azoto de 8,4% p/p e de enxofre (SO3) de 24% p/p - Sulfato de amónio granulado: a sua principal característica é ser lentamente solúvel e é utilizado na pré-semeação e em culturas arbóreas.
Quando não é possível incorporar água através de fertirrigação (período de chuvas ou encharcamentos).
Contém a mesma riqueza de qualquer outra fórmula e a sua aplicação é bastante comum em culturas como amendoeiras, olivais ou árvores de frutas, sobretudo na época de abrolhamento e desenvolvimento de novas folhas.
BENEFÍCIOS PARA AS CULTURAS
- Representa uma fonte económica de nutrientes.
- Permite fabricar misturas sólidas mais uniformes com outros produtos granulados.
- É muito versátil na sua aplicação, tanto em termos de tempo (primavera, verão…) como de tipologia dos solos.
- Favorece o crescimento rápido, o desempenho e a rentabilidade da cultura.
- É muito respeitador do ambiente, uma vez que protege os ambientes aquíferos e diminui as perdas decorrentes da lavagem de nitratos.
- Aumenta a disponibilidade de fósforo e aumenta a disponibilidade dos micronutrientes.
- Enriquece particularmente os solos de pH alcalino ou de origem calcária.
O SULFATO DE AMÓNIO COMO FERTILIZANTE
- Se for aplicada uma dose correta, constitui uma fonte nutricional ideal, muito fácil de misturar e utilizar.
- Em culturas hidropónicas, a sua utilização é limitada a um máximo de 15-20% da percentagem total do azoto, sendo o restante azoto nítrico.
- O seu processo é obtido por transformações de síntese e, consequentemente, não está incluído na legislação europeia em matéria de agricultura biológica.
- A forma de amónio é assimilada rapidamente pelas culturas, ainda que em grandes quantidades se possa tornar fitotóxica para a planta.
FORMAS DE APLICAÇÃO
Existem três tipos de aplicação de sulfato de amónio:
- Superficial: distribui-se superficialmente e em banda.
- Com água de rega: a sua elevada solubilidade permite a sua utilização para fertirrigação.
- Subterrânea: é aplicado em banda, ao lado ou por baixo das sementes.
APLICAÇÕES
CEREAIS DE INVERNO |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Sequeiro: afilhamento
Regadio: metade com afilhamento, início do encanamento |
1500 – 2500 | 150 – 200 | 150 – 200 |
2500 – 5000 | 200 – 350 | 200 – 350 | |
5000 – 7000 | 350 – 500 | 350 – 500 |
CEREAL PRIMAVERA ARROZ |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Início do afilhamento |
7000 – 8000 | 700 – 800 | 175 – 200 |
8000 – 9000 | 800 – 900 | 200 – 250 | |
9000 – 11000 | 900 – 1000 | 250 – 300 |
CEREAL PRIMAVERA MILHO-SORGO |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Ciclo longo: metade aos 30 cm, restante após um mês
Ciclo curto: uma única aplicação aos 50 cm |
8000 – 10000 | 500 – 650 | 500 – 600 |
10000 – 12000 | 650 – 775 | 600 – 750 | |
12000 – 14000 | 775 – 875 | 750 – 850 |
CULTURA INDUSTRIAL GIRASSOL |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Dependendo da humidade, a seguir ao desbaste |
1500 – 2000 | 200 – 250 | 100 – 150 |
2000 – 3000 | 250 – 350 | 150 – 250 |
CULTURAS INDUSTRIAIS ALGODÃO |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
50% após o desbaste 50% 30 dias depois |
3000 – 4000 | 250 – 350 | 650 – 750 |
4000 – 5000 | 350 – 450 | 750 – 850 |
CULTURAS INDUSTRIAIS VÁRIOS |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Aplicado em 2 vezes ao longo do ciclo |
30000 – 40000 | 350 – 450 | 350 – 450 |
40000 – 50000 | 450 – 550 | 450 – 550 | |
50000 – 60000 | 550 – 650 | 550 – 650 |
OLIVAL |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | APÓS COLHEITA Kg/Ha | COBERTURA Kg/Ha |
Primavera se chover, tiver chovido ou for chover |
20 – 30 | 3 | 1.5 |
30 – 40 | 4 | 2 | |
40 – 50 | 5 | 2.5 | |
50+ | 6 | 3 |
VINHEDO |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | FUNDO Kg/Ha | ADUBO INVERNO |
Aplicação no inverno numa só passagem |
8000 – 10000 | 500 – 700 | |
10000 – 12000 | 700 – 900 |
CITRINO LIMÃO VARIEDADES VERNA-LATE |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha alagado |
ADUBO 1 Kg/Ha alagado |
ADUBO 2 Kg/Ha alagado |
ADUBO 3 Kg/Ha alagado |
3000 – 4000 | 60 – 70 janeiro |
30 – 40 julho- agosto |
30 – 40 outubro |
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4000 – 5000 | 70 – 80 | 40 – 50 | 40 – 50 |
CITRINOS CLEMENTINAS – SATSUMAS – NAVEL – SALUSTIANAS |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha alagado |
ADUBO 1 Kg/Ha alagado |
ADUBO 2 Kg/Ha alagado |
Adubo 1: fevereiro/março
Adubo 2: julho/agosto |
3000 – 4000 | 75 – 100 | 70 – 80 |
4000 – 5000 | 100 – 125 | 80 – 100 |
AMENDOEIRAS |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | A. INVERNO Kg/Ha | ADUBO INVERNO |
Aplicar em fase de engorda em duas passagens |
5000 – 7000 | 400 – 500 | 200 – 250 |
7000 – 9000 | 500 – 600 | 250 – 300 | |
9000 – 11000 | 600 – 700 | 300 – 350 |
MACIEIRAS – PEREIRAS – MARMELEIROS |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | A. INVERNO Kg/Ha | ADUBO INVERNO |
Aplicar em fase de engorda em duas passagens |
20000 – 25000 | 450 – 500 | 500 – 600 |
25000 – 30000 | 500 – 550 | 600 – 700 |
CEREJEIRAS – AMEIXOEIRAS – PESSEGUEIROS – DAMASQUEIROS – NECTARINEIROS – PARAGUAIOS |
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APLICAÇÃO |
PRODUÇÃO Kg/Ha | A. INVERNO Kg/Ha | ADUBO INVERNO |
Aplicar em fase de engorda em duas passagens |
10000 – 15000 | 600 – 650 | 500 – 650 |
15000 – 25000 | 650 – 700 | 650 – 800 | |
25000 – 30000 | 700 – 750 | 800 – 950 |
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